O Dia Mundial da Abelha, que se celebra a 20 de maio, foi mais uma data que o Município de Castelo Branco não deixou passar para promover as fortes medidas que tem vindo a desenvolver no âmbito da proteção e reconhecimento da importância destes polinizadores no equilíbrio do ecossistema e do desenvolvimento sustentável, para as fontes de alimento, mas também para a apicultura, enquanto atividade económica com relevância para a região.
Em reconhecimento do papel fundamental que os mais novos podem desempenhar na sensibilização e alerta para a gravidade dos desafios que as abelhas enfrentam, o tema para 2024 é «Compromisso com as abelhas, de mãos dadas com os jovens». Desse modo, seguindo o exemplo que o Município albicastrense tem praticado ao formar os mais novos como “agentes especiais” no combate à Vespa Velutina, as comemorações tiveram início na Quinta do Chinco e envolveram cerca de 215 crianças de cinco escolas da cidade.
A convite do Município e da Federação Nacional de Apicultores de Portugal (FNAP), esteve presente neste dia de reflexão e diálogo sobre a necessidade de reforçar a estratégia no setor, o Secretário de Estado da Agricultura, João Moura, a quem foi entregue um documento que reúne todas as necessidades que os apicultores sentem.
Segundo Manuel Gonçalves, Presidente da FNAP, recordando a prática apícola como fator importante para a manutenção também do património natural e da paisagem, reconhece que urgem medidas que valorizem esta prática e a reconheçam no centro da agricultura, “enquanto dirigentes temos de estar sempre em conversação com os governantes para que a apicultura não seja o parente pobre da agricultura, queremos ser tratados como agricultores”.
Em visita institucional, que coincidiu com a abertura da campanha de extração de mel em apoio às mais de 15.000 colmeias da região, sempre com a presença representativa dos apicultores, entre outros especialistas e profissionais de relevância para a valorização do setor, Leopoldo Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, apresentou o Centro de Competências da Apicultura e da Biodiversidade, na Meltagus – Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional, ao Secretário de Estado da Agricultura.
“O Centro foi um investimento da Câmara Municipal, que encontrou na Meltagus um parceiro ideal, e é aqui que estão as máquinas de extração de mel a trabalhar, mas não só, também se valorizam aqui outros subprodutos, a par da investigação, que motivamos e empreendemos, daquilo que é o trabalho das abelhas e o trabalho dos apicultores, daí que reconheçamos a importância dos Institutos Politécnicos nessa tarefa. Temos, ainda, a intenção de, para breve, criar uma marca identitária do nosso mel com a intervenção da Meltagus e do InovCluster, para que o nosso mel e as suas caraterísticas únicas possam ser valorizados, até porque em termos de mercado, os nossos apicultores têm de concorrer com os apicultores espanhóis e necessitamos de proteger a nossa produção”, referiu o Presidente do Município.
Deixar os inseticidas na agricultura para aquelas situações extremamente necessárias, foi um dos problemas que relacionam a produção apícola e a produção agrícola que foram levantados pelos apicultores durante este dia.
O Presidente da Câmara aproveitou o momento para recordar que “como medidas de sensibilização, mas também de aplicação prática, temos apostado no combate à destruição de ninhos de Vespa Velutina, apoiamos na exploração da Central Meleira, mas, também uma das medidas que adotámos foi a não utilização de herbicidas nos espaços públicos, para o que apostámos no corte de ervas com recursos humanos cantoneiros, sendo que esta medida não foi muito bem aceite ainda pela população que anseia por uma cidade sem ervas, ainda que elas façam parte integrante deste ciclo natural da polinização, foi uma medida de proteção da natureza e dos polinizadores, temos uma cidade amiga do ambiente e das pessoas”.