A cidade de Castelo Branco transforma-se, de dois em dois anos, na capital dos Azeites de Portugal onde confluem todas as regiões produtoras e, em especial, as que ostentam Denominação de Origem Protegida (DOP) e/ou Indicação Geográfica Protegida (IGP).
O Azeite da Beira Baixa tem uma longa história e faz parte do quotidiano e imaginário de praticamente todas as gentes do território. Tal facto é comprovado pelos muitos lagares de azeite nas aldeias e freguesias da região, em que cada povoação tinha um lagar de azeite e era praticamente a única indústria existente. Muitos deles desapareceram fruto do abandono de muito olival (naturalmente associado aos movimentos migratórios de saída da região) e outros inclusive deram lugar a espaços museológicos, e, finalmente, subsistem os que foram modernizados/remodelados. São estes que atualmente são responsáveis pela produção dos azeites da Beira Baixa a partir de variedades de azeitona regionais e nacionais, como sejam a Galega, a Cordovil e a Bical de Castelo Branco, que confere genuinidade aos azeites regionais. Como complemento a esta utilização, a variedade da azeitona Galega é muito procurada para o sector da azeitona de conserva, estando em curso o reconhecimento como Indicação Geográfica Protegida (IGP) da Azeitona Galega de Conserva da Beira Baixa.
Foi devido a um fortíssimo investimento e ao empenho em "devolver" aos seus habitantes e visitantes o centro da cidade que hoje é possível realizar a Bienal do Azeite no coração de Castelo Branco, num cenário de perfeita comunhão entre os cidadãos e a atividade económica, cultura, história, acessibilidades, estacionamento, comércio local, espaços verdes... Há vida no centro de Castelo Branco!
A Bienal do Azeite, que se realiza na cidade de Castelo Branco desde 2009, é o maior certame de Portugal dedicado exclusivamente ao sector do Azeite.
O conceito da Bienal do Azeite foi desenhado democraticamente para todos: produtores, transformadores, embaladores e consumidores finais. É um evento profissional que, pelo facto de reunir centenas de profissionais do sector, procura incluir temáticas como a inovação, planeamento estratégico, políticas agrícolas, entre outros, no intuito de colocar na "agenda" temas atuais e passíveis de discussão e reflexão. Mas é também um evento de cariz popular, dos oito aos oitenta anos, com atividades culturais, espetáculos musicais, desportivos, didáticos, gastronómicos. Naturalmente sempre em torno do azeite, da azeitona e dos seus múltiplos derivados, a que se associam outros cheiros e sabores da região da Beira Baixa.